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Minha prece...

Salve Deus

"OBRIGADO DEUS POR NÃO PERMITIR QUE EU PERCA O EQUILÍBRIO, QUANDO SEI QUE INÚMERAS FORÇAS QUEREM QUE EU CAIA."


segunda-feira, 15 de julho de 2013

A VOLTA DOS CIGANOS




CIGANOS





Há mais de quatro mil anos tem-se notícia desse povo nômade, marginalizado e perseguido, que despreza o poder e vive sob o lema: "A terra é a minha pátria, o céu o meu teto e a liberdade é a minha religião!"

Embora haja grande imprecisão sobre suas origens, a mais provável é que tenham saído da Índia, por não concordarem com a organização social das castas, tendo ido para o Líbano, onde constituíram a primeira nação cigana. Essa hipótese é reforçada pelas semelhanças da língua romani, falada pelos ciganos, com o sânscrito, antiga língua clássica da Índia.

No Século XV já tinham grupos ciganos se movimentando por toda a Europa, e a necessidade da sobrevivência levou-os às artes da sedução e da esperteza, gerando reações negativas de populações e governantes. Foram perseguidos e chacinados em muitas regiões. Por exemplo: na Romênia foram escravizados pelo clero e pelos proprietários de terras por quase quatro séculos. No Século XVI, com as grandes descobertas do Novo Mundo, muitos governos degredaram os ciganos para a América, inclusive para o Brasil, trazendo para a nova colônia uma importante raiz que, no Vale do Amanhecer, se juntaria a outras, igualmente trazidas pelos escravos africanos.

O maior culto cigano é feito a Sara, a Negra, que teria sido uma escrava egípcia das Três Marias, colocada pelos judeus, juntamente com José de Arimatéia, Trófimo e Lázaro, em um barco sem remos e sem alimentos que, pelos poderes de Sara, chegou, com todos sãos, à foz do rio Petit Rhone (Pequeno Reno), na localidade de Camarga, província do Languedoc, no sul da França, onde, todos os anos, nos dias 24 e 25 de maio, são feitas homenagens a Sara, às quais acorrem ciganos de todo o planeta, e onde se faz a escolha da Rainha dos Ciganos.

Passagens marcantes na jornada do Jaguar aconteceram quando encarnaram como bandos de ciganos, na Rússia, na Europa Central e na Andaluzia. Tradições que, pelo charme (*), até hoje se fazem presentes nas nossas encarnações atuais.

Sem dúvidas, a que mais heranças nos legou foi a dos Katshimoshy, cuja história Tia Neiva nos deixou na obra “A Volta dos Ciganos (e o Efeito das Reencarnações)”, onde relata a divisão da tribo cigana, devido à morte do rei, entre os dois irmãos rivais, na Rússia. Um grupo ficou no acampamento original, obedecendo a um novo rei, e o outro, que era composto, inclusive, por Tia Neiva e Mãe Calaça, para evitar derramamento de sangue, foi em busca de outro local nas estepes russas. Mas este grupo foi quase que totalmente dizimado por um ataque de lobos ferozes. Mãe Calaça foi morta, mas manteve sua proteção junto a Andaluza, jovem e bela cigana, companheira do rei, com quem teve um filho, Yatan.

Dessa tribo Katshimoshy nos chegaram, além dos ciganos que trabalham como Pretos Velhos, os talismãs, protetores magnéticos de grande eficácia, e uma prece matutina que, para ser melhor aproveitada, deve ser feita ao ar livre, nas primeiras horas da manhã:





Simbolo Katshimochy




PRECE CIGANA KATSHIMOSHY


SENHOR! EU TE AGRADEÇO PELA VIDA E POR ESTA NOVA MANHÃ!...


AJUDA-ME A ENCONTRAR AS PESSOAS QUE DEVO,


A OUVIR AQUELAS COM QUEM QUERES QUE ME COMUNIQUE...


MOSTRA-ME COMO AJUDÁ-LAS OU COMO RECEBER ALGUMA COISA QUE TENHAM A DAR...


AJUDA-ME A SER UM AUXÍLIO, UMA BÊNÇÃO AOS MEUS!


A ORDEM DIVINA TOME CONTA DE MINHA VIDA HOJE E TODOS OS DIAS!


HOJE É UM NOVO E MARAVILHOSO DIA, E NUNCA HAVERÁ UM DIA COMO ESTE...


A MINHA VIDA É COMANDADA DE FORMA DIVINA E TUDO QUE EU FIZER IRÁ PROSPERAR...


O AMOR DIVINO ME CERCA, ME ENVOLVE E ME PROTEGE, E EU CAMINHO EM PAZ!


SEMPRE QUE MINHA ATENÇÃO FOR DESVIADA DO QUE É BOM E PRODUTIVO,


EU A TRAREI DE VOLTA PARA A CONTEMPLAÇÃO DO QUE É ADMIRÁVEL E DE BOA FAMA!


SOU UM IMÃ MENTAL E ESPIRITUAL, ATRAINDO TODAS AS COISAS QUE ME FAZEM PROSPERAR...


HOJE EU VOU ALCANÇAR UM ENORME SUCESSO EM TODAS AS MINHAS TAREFAS...


HOJE EU VOU SER FELIZ O DIA TODO! SALVE DEUS!




“9 de junho de 1960 - data inesquecível!"


Caminhava guiada pela grande convicção de que tudo, vindo de meu Pai Seta Branca, estava certo. Com as aspirações mais secretas, indefinida, eu caminhava naquela minha solidão, hoje também distante.

Sim, caminhava e, para mim, cada dia e cada noite embrenhavam no mais profundo mistério.

9 de junho de 1960... Solidão... Tristeza...

Caminhava, quando deparei comigo mesmo. Com profundo desamor, não me preocupei de estar onde estava ou com o que poderia acontecer com o meu corpo, onde estava.

Levantei os olhos. Vi, senti que estava na Terra! Aquelas árvores frondosas me davam medo. Senti estar atravessando um caudaloso rio.

Deparei com uma pequena clareira que, não sei porquê, me parecia familiar. Comecei a ouvir vozes e vi, num quase balé, dançando uma linda mulher, vestida de cigana, onde também haviam homens ciganos, vestidos com muito bom gosto, alguns tocando violino.

Uma voz, em harmonia, chegou aos meus ouvidos, como que querendo me amparar: “É uma tenda cigana, é a tua origem e a de todo o teu povo!...”

Comecei, então, a raciocinar, o que até então não fizera. Por que tanta solidão? Por que tanto mistério? De que me servirá todo este conhecimento? Não obtive resposta.

E, alheias aos meus sentimentos, aquelas lindas pessoas cantavam e dançavam em sua alegria singular. Comecei a pensar, pensar sem qualquer afirmação, esses pensamentos que a gente pensa sem saber porquê!

Eles se amavam - eu via a ternura entre eles. Casais, juntinhos, se acariciavam porém sem um toque de sensualidade.

O meu coração se enchia de ternura, algo que até então eu não sentira.

A volta foi mais leve, porque comecei a sentir inveja daquela gente!”

(Tia Neiva, 6.8.79)

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